Sunday, June 23, 2013

Copa do Mundo e protestos

Os últimos acontecimentos no Brasil exigiam um post nesse blog. Pensei em muitas coisas para dizer e cheguei a conclusão que concordo com um cartaz que vi esses dias nas manifestações pelas ruas do Brasil, "é tanta coisa errada que não cabe aqui". Mas, vou tentar colocar aqui um pouco do que estou pensando.

Muito interessante que essas manifestações aconteçam justamento em ano de Copa do Mundo. Acredito que a real gota d'agua foi sim o aumento da tarifa do ônibus de São Paulo, mas claro que não foi só isso. O problema maior foi ver que foram gastos bilhões de reais com a Copa e o governo tem coragem de dizer que não tem dinheiro para investir em outras áreas. Como diziam nas ruas do Brasil, se for assim, "da Copa eu abro mão, quero dinheiro pra saúde e educação!". Sim, o futebol é importante, faz parte da nossa cultura, mas existem tantas outras coisas essenciais para a vida do brasileiro que precisam de investimento que construir estádio é algo secundário. Então, aumentar a tarifa do ônibus tem um impacto profundo na vida do brasileiro, um estádio em Brasília, que nem será usado depois, não tem. Eu acredito que se os estádios não fossem super faturados e os políticos não desviassem verba de tudo quanto é lugar, teríamos dinheiro sim para fazer tudo: construir estádios, hospitais e escolas.

O problema aqui é a inversão de valores. Enquanto os políticos que se reúnem 2 vezes por semana pra inventar leis ridículas como a Pec 37 ganham 10 mil reais (sem contar que não gastam com passagem e nem com estadia em Brasília ou na capital dos Estados), o trabalhador brasileiro ganha 600 reais e ainda tem que pagar aluguel e pegar ônibus lotado todos os dias. Enquanto um jogador de futebol ganha milhões, um professor com especialização e mestrado, como eu, trabalham a semana toda e não chegam a ganhar mil reais. Como eu disse, é muita coisa errada.
A Copa do Mundo, por incrível que pareça, fez com que as pessoas parassem pra pensar "isso não ta certo!". Gastar milhões com futebol e deixar as pessoas morrendo nas filas dos hospitais? Construir estádios super modernos enquanto as escolas estão lotadas de alunos repetentes que chegam ao Ensino Médio semianalfabetos?
Aqui entra mais uma frase, que eu copiei e coloquei no meu cartaz numa manifestação em Londrina: "quero educação e saúde padrão Fifa". Toda vez que eu vejo na tv as pessoas elogiando os estádios, dizendo que eles são tão modernos quanto os europeus me dá um nó no estômago. Por que os estádios são super modernos e todo o resto é uma droga? É por causa das exigências da Fifa? Então que tal sermos tão exigentes quanto eles com a saúde e a educação brasileira? E é tudo tão bom porque os estrangeiros que vão usar? Que tal fazermos coisas boas para nós brasileiros usarmos?
As manifestações estão sendo polêmicas e eu tenho também ressalvas em relação à elas, porém aqui só queria destacar a importância da desaprovação do brasileiro em relação à Copa do Mundo. Sou contra violência, porém, me surpreende ver as manifestações e inclusive os atos violentos (que nada tem haver com as manifestações), pois vai exatamente contra o que tinha publicado anteriormente, de que o brasileiro é um povo cordial. Nunca fomos cordiais, talvez as pessoas estejam finalmente tomando consciência disso.
Ah, outra coisa, as manifestações não necessariamente precisam ser patrióticas. Essa história de defender a pátria não faz sentido pra mim. A pátria é um conceito abstrato e imaginado (leiam minha dissertação), então não estou nas ruas pela pátria, mas sim pelas pessoas que como eu são exploradas e feitas de palhaço diariamente.
Saudações nada verde-amarelas.

Wednesday, May 8, 2013

Identidade nacional


Na segunda-feira passada, no dia 29 de Abril de 2013, defendi finalmente meu mestrado. Ele tinha como título: NACIONALISMO E IDENTIDADE NACIONAL NAS COPAS DO MUNDO DE 1970 E 1994 NA REVISTA VEJA. 

Já postei textos interessantes que utilizo em minha dissertação e que falam sobre futebol, porém hoje fiquei com vontade de postar algo que não é exatamente futebol, mas tem relação. Em meu primeiro capítulo, falo sobre nação, nacionalismo e identidade nacional. E em um momento cito uma pesquisa feita por Marilena Chauí que me chamou muito atenção. Quero compartilhar com vocês um trecho da minha dissertação no momento que falo sobre isso: 

"Entendemos que, quando um povo se imagina participante da nação é porque acredita ter características em comum. Até hoje procuramos entender quais são as características que nos fazem ser brasileiros. Estudos foram feitos para tentar traçar as características de povo brasileiro e encontrar algo que nos identificássemos como povo. Vamos tentar traçar esse percurso dentro da história brasileira. 
De acordo com pesquisas realizadas em 1995 e citadas pela autora, feitas pelo Instituto Vox Populi e pelo Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas, 60% dos entrevistados afirmavam que sentiam orgulho de serem brasileiros, enquanto somente 4% afirmavam sentir vergonha. Os motivos do orgulho seriam: a natureza, o caráter do povo, as características do país, esportes, músicas, carnaval. 
Dos 60% que se orgulhavam de serem brasileiros, 50% afirmou que o brasileiro apresenta as seguintes características: trabalhador, lutador, alegre, divertido, conformado, solidário e sofredor. Diante disso, Chauí afirma que mesmo sem essa pesquisa, podemos perceber em nosso dia a dia a forte representação homogênea que os brasileiros possuem do país e de si mesmos. 
Essa representação permite, em certos momentos, crer na unidade, na identidade e na indivisibilidade da nação e do povo brasileiro, e, em outros momentos, conceber a divisão social e divisão política sob a forma dos amigos da nação e dos inimigos a combater, combate que engendrará ou conservará a unidade, a identidade e a indivisibilidade nacionais [1]
Dessa forma, Chauí afirma que existe a crença generalizada de que o Brasil é um dom de Deus e da natureza, tem um povo ordeiro, pacífico, generoso, sensual, alegre, mesmo que seja sofredor. Além de ser sem preconceitos, desconhecendo a discriminação racial e de credo, vendo a mestiçagem como padrão fortificador da raça. É também um país acolhedor para todas as pessoas que nele desejarem trabalhar, sendo um país de contrastes regionais devido à sua diversidade econômica e cultural. 
A análise que a autora faz dessa imagem que os brasileiros têm de si mesmos, é a de que “essa representação permite que uma sociedade que tolera a existência de milhões de crianças sem infância e que, desde seu surgimento, pratica o apartheid social possa ter de si mesma a imagem positiva de sua unidade fraterna” [2]." 

Fiquei curiosa: será que ainda nos imaginamos assim como ela descreve? Eu acho que sim. E como isso reflete no futebol? Reflete no fato de que no Brasil, para um time jogar bem, deve dar show, jogar bonito, ter um futebol alegre. Jogadores como Neymar e Ronaldinho Gaúcho, que brincam com a bola, fazem muito mais sucesso que jogadores como o Lúcio e o Dunga. 
Sim, as razões para isso são profundas e um post só não consegue explicar tudo. Posso ir aos poucos falando sobre isso (ou você pode ler minha dissertação heheh). Mas por enquanto gostaria de saber: como você vê o brasileiro? Quais nossas características? E o nosso futebol, atualmente, como é o futebol brasileiro?
Saudações corinthianas (e agora mestre!)

;)



[1] CHAUI, Marilena. Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Adamo, 2000. P. 8.
[2] Idem. P. 8

Sunday, February 10, 2013

Guia prático de termos do futebol americano

Além de historiadora, sou professora de inglês também. Então, estava aqui pesquisando ideias para uma aula e encontrei em um site um guia prático de termos do futebol americano e lembrei que, quando assistia a final do Superbowl em 2009 la nos Estados Unidos não entendia nada dos termos e vi que talvez esse guia teria me sido útil heheh. Sei que a final da temporada já foi (se não me engano dia 3 desse mês), mas nunca é demais aprender. Ao lê-lo vi que sabia o que eles significavam, só não sabia o nome... Anyway, enjoy a little bit about football. Afinal, é a paixão futebolística americana, e tudo que envolva futebol, tem espaço aqui. 

Como o futebol em questão é americano, os termos usados nele são em inglês (óbvio). Mas nem sempre um simples dicionário é suficiente para entender a aplicação destes termos, e como boa parte não tem similar em português ainda, só vivenciado ou descrevendo para entendê-los. Vamos começar pelo DOWN, entendeu esse, entendeu metade do jogo. 

DOWN: São as tentativas que a equipe de ataque tem para avançar as jardas no campo. Os atacantes tem direito a quatro “downs” para avançar dez jardas. Esses “downs” são renovados automaticamente quando alcançam as dez jardas regulamentares. 
O time que está atacando tem quatro chances de fazer a bola se mover nas 10 jardas. Isso quer dizer que: 
1) o jogador pode ir correndo com a bola e conseguir essas 10 jardas; 
2) o jogador joga a bola para o outro jogador. Este, que está a 10 jardas do primeiro, pega a bola. A bola não pode cair. 
Vale também andar com a bola aos poucos. Três jardas no primeiro down, uma jarda no segundo e assim ir acumulando. 
Se o time que está no ataque não conseguir avançar as 10 jardas nos quatro “downs”, a bola vai para o outro time. 
Sendo assim, quando o narrador diz, por exemplo, “Primeira para dez!”, ele quer dizer que é a primeira tentativa da equipe para alcançar dez jardas ou, “Segunda para sete”, o time está na segunda tentativa e faltam sete jardas para conseguir as dez, e assim segue. 

KICKOFF: Chute inicial que coloca a bola em jogo. A equipe vencedora do sorteio determina se quer receber a bola ou chutá-la. A posição no campo para o kickoff é a jarda de número 30. 

LINHA DE SCRIMMAGE: 
São duas linhas imaginárias que definem o local onde os atletas da linha ofensiva e defensiva ficam alinhados. 

SNAP Snap é quando na linha de scrimmage, um jogador central (o snapper) passa a bola por debaixo das pernas para o seu time. É assim que geralmente as jogadas tem início. 
TOUCHDOWN: 
É quando um time leva a bola até a endzone do lado oposto. Seja jogando para um jogador que já está na endzone ou carregando-a até lá. Um Touchdown vale seis pontos e a galera vai à loucura. 

EXTRA POINT: Depois de conquistar um touchdown, o time que o fez volta para uma determinada linha no fim do campo, perto da endzone. Eles podem escolher entre dar um chute e tentar fazer um gol que vale apenas um ponto, ou se querem chegar até a endzone novamente, valendo dois pontos. 

FIELD GOAL É o nome do gol que é feito quando um time chuta a bola para as traves da endzone, sem ser após o touchdown. Um Field Goal vale três pontos. 

BLITZ: É quando os linebackers e os defensive backs (safeties) buscam penetrar na linha de proteção do quarterback (offense line) e derrubá-lo antes que consiga passar a bola para algum companheiro do ataque. 
Uma blitz bem realizada anula o quarterback, e faz com que o time que está no ataque perca algumas jardas. 

SACK: É a jogada em que a defesa derruba o quarterback. 

PUNT: É a jogada que consiste em chutar a bola para o time adversário fazer um retorno e tomar a posse da bola. 

TACKLE: É a pancada recebida pelo jogador que está com a posse de bola com o objetivo de derrubá-lo e parar a jogada. 

FUMBLE: É quando um atleta deixa a bola cair de suas mãos, deixando-a livre para ser pega por qualquer outro jogador. 

Fonte: http://blog.applebees.com.br/?p=1150 

E aí, gostaram? É o que tem pra hoje pra quem não compartilha do amor pelo carnaval como eu! 

:*

Wednesday, January 16, 2013

Os milagres do futebol

Para quem não sabe, sou uma mestranda em História Social que estuda futebol, mais especificamente a seleção brasileira de 1970 e 1994. Devo, teoricamente, entregar minha dissertação até o dia 22 de fevereiro, por isso estou num processo maluco para conseguir finalmente terminá-la. Isso significa ler, ler, ler e ler mais um pouco. No meio das minhas leituras, encontrei um texto do Roberto DaMatta, MUITO bom, que fala sobre os milagres do futebol. Resolvi compartilhar aqui no blog, a minha versão do texto, o que provavelmente irá aparecer na minha dissertação. 

De acordo com Roberto DaMatta, muitas vezes o futebol é considerado um divertimento cuja função seria a de desviar a sociedade de suas tarefas mais nobres e urgentes. A elite e ao menos um brazilianist, já decretaram que o futebol é o ópio do povo brasileiro, espécie de suor azedo de um sistema social sem salvação.
Porém o autor afirma que nesse esporte, também existe “arte, dignidade, genialidade, sorte e azar, deuses e demônios, liberdade e predestinação, bandeiras, hinos e lágrimas”[1], e acima de tudo que, embora o Brasil seja ruim em “um montão de coisas”, é muito bom de bola. Somos campeões de futebol e isso já é o suficiente, afinal é melhor ser campeão de samba, carnaval e futebol, do que de guerras e vendas de foguetes. DaMatta afirma que, se o discurso “sério” diz que sofremos de analfabetismo, má distribuição de renda e inflação, o futebol anuncia um contraste. É por ser um “prazer vazio” que o futebol permite o resgate da sociedade.
Mario Vargas Llosa afirma que um livro e uma peça de teatro transcenderiam essa emoção instantânea promovida pelo futebol e DaMatta vai contra essa concepção, porque entende que nada seria mais preenchido que uma atividade humana vazia. Todas as atividades humanas, inclusive o futebol, não teria uma essência que seria cheia ou vazia de consequências, mas dependeria da relação que estabelece com seus receptores num dado momento e numa dada sociedade.
Dessa forma, o primeiro milagre do futebol é ser o que queremos que ele seja. No Brasil e em todos os países subdesenvolvidos, o futebol é um registro vivo das potencialidades da sociedade. O futebol, para DaMatta, é também uma área onde se pode ter a experiência da igualdade e do respeito às leis, o que não existe no mundo real. Ele se coloca contra a ideia de futebol como “ópio do povo”
Porque se continuamos a insistir que futebol é um instrumento de mistificação das massas ignaras que deveriam estar indo ao teatro, lendo romances ou discutindo política, estaremos apenas repetindo uma fórmula elitista e deixando de lado a possibilidade de estudar as implicações do futebol na sociedade brasileira[2].
Por isso que, se decidimos descobrir o que faz o futebol importante, tudo pode mudar. Se, tradicionalmente livros, teatro e aulas foram os instrumentos básicos de reflexão crítica, nada impede que a eles se junte o esporte bretão, que não tem nenhuma virtude em si mesmo, como qualquer atividade humana, mas tem o potencial de ser um espelho nobre ou mesquinho do sistema social. Para DaMatta, se podemos falar do futebol como ópio, “temos que dele falar como um instrumento de resgate da cidadania e de uma confiança em nós mesmos que nenhuma outra instituição chegou a dar ao país na mesma proporção”[3]. Em nosso país, nem a Igreja, nem o Estado, nem as ciências sociais, nem a literatura, nem a Universidade, nem o sistema financeiro, nem a burguesia promoveram a confiança requerida na construção de uma identidade nacional positiva e realmente aberta. Assim, foi o futebol que permitiu uma visão mais positiva e generosa de nós mesmos, num plano realmente nacional e popular.
O segundo milagre do futebol seria então, esse resgate de nossa própria alma por meio de uma atividade que nos traz confiança e permite que entremos no saboroso universo da vitória. E isso é extremamente importante para o povo brasileiro que sofre diariamente, estando muitas vezes sem esperanças de melhora. Tem sido através dessa experiência futebolística que conseguimos tirar a pesada capa de uma confusão trágica que sempre teve muita força entre nós: a de pensar que criticar é também destruir e liquidar com qualquer assunto.
No Brasil, o poder é marcado pela linguagem jurídica pomposa e ininteligível para a massa, os símbolos nacionais são propriedade exclusiva do Estado e não são livremente transferidos para o povo, tudo está separado e dividido entre a casa, onde se tem direitos, e a rua, onde só se tem deveres. Assim, o futebol permitiria juntar tudo isso, demonstrando que é realmente possível rimar de verdade cidadania com alegria.
De acordo com o autor, o milagre promovido pelo futebol é algo que tem uma relação profunda com três fatores básicos. O primeiro, é que há uma interação fundamental entre jogo, jogadores e espectadores, que chamamos de torcida. Dessa forma, o público sabe ser atento e sabe que, no universo do futebol, a sua participação pode ser decisiva para o desenrolar de uma partida.
Há assim uma profunda integração entre os jogadores, o público e também as regras universais que fazem com que o futebol promova espetáculos importantes de justiça social. Pois, “se a União Soviética tem poderio militar, nós temos o Éder; e se a Inglaterra tem o porta-aviões Hércules, nós temos o Zico”[4]. Nenhum dos dois países pode mudar as regras do jogo utilizando seu poderio político-militar. Então, quando uma atividade realiza esse milagre, podemos viver concretamente a democracia no seu sentido mais profundo.
Essa possibilidade de viver num mundo civilizadamente governado por regras que todos respeitam (se não respeitam são devidamente punidos) e que são soberanas é a grande experiência do futebol. DaMatta afirma que
o futebol me mostra que a derrota e a vitória são estados passageiros e não fatos substantivos. Posso também perceber nesta troca de símbolos um gesto básico de conforto pela igualdade de todos perante suas camisas e regras do jogo[5].
 Espero que tenham gostado!
Saudações verde-amarelas ;*

[1] DAMATTA, Roberto. Explorações: ensaios de sociologia interpretativa. 2 ed. – Rio de Janeiro: Rocco, 2011. P. 88.
[2] DAMATTA, 2011. P. 89.
[3] DAMATTA, 2011. P. 90.
[4] DAMATTA, 2004. P. 91.
[5] DAMATTA, 2004. P. 93. 



Saturday, December 22, 2012

Corinthiano nasce Corinthiano

Sim, meu time ganhou o Campeonato Mundial de Clubes e eu nada escrevi sobre isso essa semana. Mas eu vou escrever o que? Acho que tudo já foi dito. Somos o único time brasileiro bicampeão  mundial. E antes que algum anti diga que o primeiro título não vale, vale sim. Consulte a Fifa para confirmar como estou certa.
Eu fiquei feliz, claro. Absurdamente feliz, assim como os 30 milhões de torcedores pelo país (o número eu tirei do que estava escrito em uma almofada que meu namorado me deu, a qual é um produto oficial então deve ser verdade heheh). Fiquei feliz com a festa feita depois, apesar de eu particularmente não ter saído na rua para comemorar. Sou uma torcedora mais contida, fico em casa feliz, visto minha cachorrinha com a roupinha do Corinthians (comprada pela minha mãe), assisto na TV as entrevistas com os jogadores, toda a cobertura jornalística e saio por ai com todas as camisas que eu estiver no meu armário. Notem que as pessoas a minha volta, que não dão a mínima pro futebol, me incentivam bastante na minha loucura rsrs.
Fiquei feliz, mas acho que fiquei mais feliz com a Libertadores. Era um título inédito e os jogos foram longos e sofridos. Depois de ter passado por essa difícil conquista, o Mundial seria uma consequência natural. Em momento algum duvidei que o Corinthians seria campeão.
E no meio dessa alegria toda que foi esse ano, muitas vezes vezes peguei minha mãe se perguntando: da onde saiu tanto amor pelo futebol? Mais especificamente pelo Corinthians, porque apesar de GOSTAR de futebol e até estudar isso durante a graduação, especialização e agora mestrado, eu AMO mesmo é o meu time rsrs. Segundo minha mãe, dois primos dela tiveram muita influência. Eles são Corinthianos e eu tinha muito contato com eles quando criança. De acordo com ela, eles me deram um boneco que cantava o hino e vinha com o uniforme, me deram camisas, enfim, me transformaram muito cedo no que sou hoje. Bem cedo mesmo, cerca de uns 6 anos de idade.
Não discordo da minha mãe, isso realmente aconteceu. Mas eu não sinto que sou Corinthiana por causa de alguém. Me lembro dos presentes e de assistir aos jogos com eles, mas eu já era Corinthiana antes de isso acontecer. Não lembro quando, como e nem porque me tornei torcedora desse time lindo. Acho que um Corinthiano não se torna Corinthiano, ele nasce assim. Acredito que tenha sido assim comigo.
Então se você tem um caso assim na sua casa: um Corinthiano fanático numa família que não gosta de futebol, ou um Corinthiano infiltrado na torcida do Palmeiras, São Paulo ou Santos, não tente entender. Nem ele sabe porque é Corinthiano. Ele simplesmente é e tem muito orgulho disso =)
Saudações Corinthianas!

Tuesday, August 14, 2012

We are not the champions

Por incrível que pareça, não acompanhei muito de perto os jogos da seleção de futebol nas Olimpíadas. No jogo da final, eu estava trabalhando e quando cheguei em casa nem lembrei que ele estava acontecendo. Quando fui me dar conta, o jogo tinha acabado e só fiquei com as imagens dos jogadores brasileiros chorando e os do México comemorando.
Foi difícil de ver, principalmente porque pelo o que eu vi, o Brasil só foi resolver jogar mesmo no final do segundo tempo. Tudo bem que uma medalha de prata é algo bom, que não podemos exigir que o Brasil seja ótimo sempre, mas eu tenho vários motivos para querer sim que a seleção brasileira de futebol apresente resultados melhores do que tem apresentado nos últimos tempos.
Quanto ganha um jogador de futebol? Talvez a maioria não ganha tão bem, mas aqueles que foram convocados pelo Mano Menezes com certeza ganham milhões. O futebol é super valorizado em nosso país, muito mais do que qualquer esporte. E como esportes que não tem estímulo nenhum ganham medalhas boas e o futebol não faz a única coisa que gostaríamos: uma medalha de ouro! Até a ginástica, que não tem apoio financeiro nenhum, ganhou uma medalha e o futebol não.
Isso demonstra várias coisas importantes. A primeira: é um absurdo o que é pago aos jogadores e o que não é passado aos outros esportes. Eu amo futebol, acho importante sim, mas acho que não faz sentido e não tem porque isso tudo. Seria muito melhor, dividir um pouco desse dinheiro para dar mais oportunidades aos atletas que se esforçam tanto para conseguir tão pouco. 
A segunda: o futebol não dá valor algum para as Olimpíadas. Os demais atletas se preparam durante 4 anos para essa competição, e quando o futebol começou a se preparar? Esse ano. Damos muito, mas muito mais valor à Copa do Mundo do que às Olimpíadas. E porquê? Também não sei. A ginástica, a natação, o tênis, o vôlei, também tem seus campeonatos mundiais e mesmo assim se esforçam nas Olimpíadas. Mas para o futebol? Só importa o mundial.
Devido a tudo isso eu acho sim que o Brasil deveria ter ganhado uma medalha de ouro no futebol. E em relação às nossas poucas medalhas, eu admiro os atletas, pois foi graças ao esforço deles, e não de patrocínio e incentivo, que eles conseguiram o que conseguiram.
Agora, se tem uma medalha de prata que doeu talvez mais do que a do futebol, foi a do vôlei masculino. No início eu sabia: tá fácil demais pra ser verdade, a Rússia vai reagir. Reagiu e os jogadores não conseguiram responder. Ao menos, perderam para um time muito bom. No futebol? Perdemos para o México! Com todo respeito pelo México, não é um time da "nata futebolística". 
Então, parabéns às nossas medalhas de ouro e às medalhas de prata e bronze ganhas com dignidade. E que nós aprendamos com essa competição, que o futebol não precisa de tanto dinheiro e existem coisas muito mais importantes.
Saudações corinthianas!

Thursday, July 5, 2012